O PRTB oficializou a candidatura do influenciador Pablo Marçal (PRTB) a prefeito de São Paulo neste domingo, 4. Sem apoio de outros partidos, o ex-coach se colocou como um candidato “antissistema” que foi pressionado a desistir da disputa, mencionando, sem dar detalhes, ofertas de “milhões de reais” para o partido rifá-lo. Ele concentrou suas críticas no prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), a quem chamou de “fraco”, e no deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), adversários que lideram as pesquisas de intenção de voto.
No discurso, Marçal também atacou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e disse que é oposição ao governo dele. Apesar disso, lançou o “Faz o M”, em uma cópia do slogan de mobilização petista, e declarou torcer para que o governo dê certo.
O ex-coach poupou o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). A estratégia eleitoral dele é conseguir o voto de bolsonaristas insatisfeitos com o apoio do ex-presidente a Nunes
Antes de Marçal, Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB, afirmou que a sigla é de “direita conservadora”, repetiu o slogan “Deus, Pátria e Família”, popularizado por Bolsonaro, e reforçou o discurso de que a legenda é a “única antissistema”.
Marçal pediu para que eleitores do ex-presidente “abram o olho”. “Por que Marta Suplicy, do PT, era secretária do Nunes até o início do ano?”, questionou.
Segundo ele, o prefeito o chamou de “piada” em uma mensagem de WhatsApp e o bloqueou no Instagram. “Eu falei para ele: a piada vai virar pesadelo”. Procurado por meio da assessoria de imprensa, Nunes não se manifestou sobre o episódio.
O influenciador afirmou ainda que terá mais energia que os candidatos do MDB e do PSOL na campanha. “Vou aplicar toda minha energia almática, espiritual e física. Vou aplicar coisas que eu nem sei ainda”, disse. “Boulos tem mais energia que Nunes para vencer a eleição. Isso foi uma preocupação minha e por isso estou aqui para disputar”, continuou.
Em outro aceno aos bolsonaristas, disse que o ex-ministro e deputado Ricardo Salles (Novo) foi injustiçado pelo PL que preferiu apoiar Nunes a lançá-lo como candidato.
Ele também elogiou Bolsonaro por, na visão dele, abaixar impostos quando foi presidente da República, e replicou uma prática do ex-presidente, chamando os seus filhos de “01” e “02”, ao apresentá-los ao público presente na convenção.
Marçal também se voltou contra Guilherme Boulos e citou o aumento patrimonial registrado pelo candidato do PSOL”. Em 2022, Boulos declarou patrimônio de R$ 21 mil, valor que subiu para R$ 199 mil dois anos depois. “O Boulos pode lançar um curso: como aumentar em oito vezes seu patrimônio sem fazer nada”, afirmou.
Em outra crítica ao adversário, mencionou o relatório de Boulos pelo arquivamento do processo de cassação do deputado André Janones (Avante-MG), suspeito de realizar prática de “rachadinha”, quando partes dos salários de funcionários do gabinete são repassadas ao parlamentar. O caso foi arquivado em junho pelo Conselho de Ética da Câmara.
Agência Estado/FOCUS.JOR