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Esquecimento ou demência? Como a alimentação pode ser uma aliada contra a perda da atividade mental

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Queda da atividade cognitiva pode ser acelerada ou retardada a partir dos hábitos de vida
Legenda: Queda da atividade cognitiva pode ser acelerada ou retardada a partir dos hábitos de vida
Foto: Shutterstock

Uma memória não tão certeira como há 10 anos, informações imprecisas ou compromissos esquecidos com frequência. Tudo isso pode ser um sinal normal do inevitável declínio cognitivo que acompanha o envelhecimento, mas também pode indicar algo mais grave, como a demência.

O debate em torno da doença ganha força em meio às evidências desse processo na população brasileira. Como mostram os dados do Censo Demográfico de 2022, houve um aumento da população de 65 anos ou mais (+ 54%) em conjunto com a diminuição da parcela da população de até 14 anos (- 4,3%), em comparação com os índices de 2010. Além disso, casos de demência em figuras públicas, como o do ator Bruce Willis, impulsionaram o assunto.

 

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Nesse cenário, tem sido cada vez mais fundamental pensar em formas de frear a queda da capacidade cognitiva, de modo que a alimentação e o estilo de vida ganham protagonismo. Como explica a neurologista especialista em quadros cognitivos e comportamentais das demências, Ana Luísa Rosas, mesmo esse sendo um processo gradual, ele pode surgir ou ser acelerado por conta de condições de saúde ou hábitos ruins ao longo da vida.

 

“Muitos desses fatores são totalmente tratáveis ou a gente poderia, pelo menos, evitar que eles acontecessem. Hábitos ruins, por exemplo, como tabagismo, sedentarismo, consumir alimentos ultraprocessados, o sono de má qualidade, não praticar atividade física. Tudo isso são hábitos ruins que levam ao declínio cognitivo. E também as próprias condições de saúde também, como Acidente Vascular Cerebral [AVC], doenças neurológicas corticais e subcorticais, por exemplo, epilepsia, esclerose múltipla, que trazem um impacto cognitivo, além de hipertensão, diabetes, depressão”
Ana Luísa Rosas

Neurologista especialista em quadros cognitivos e comportamentais das demências

 

A especialista, que é mestre em Neurologia e estuda o Alzheimer há mais de 20 anos, falou sobre o assunto durante o Congresso Brasileiro de Nutrologia (CBN) 2024, evento da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) que segue até este sábado (28), em São Paulo.

ALIMENTAÇÃO COMO ALIADA

A partir do principal estudo da área, o Finger – pesquisa finlandesa da geriatria para prevenir deficiências cognitivas –, Rosas explica que quatro intervenções combinadas foram eficazes em melhorar ou estabilizar a função cognitiva dos participantes:

  1. Dieta balanceada
  2. Exercícios físicos regulares
  3. Treinamento cognitivo
  4. Monitoramento de hipertensão e diabetes

 

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É nesse sentido que a escolha da alimentação tem uma relação direta com a aceleração ou o retardamento do declínio da atividade mental. A pesquisadora defende que, pensando no que está associado à melhor função cognitiva, devem ser priorizadas dietas que permitem ou restringem alimentos da seguinte forma:

PERMITIDO

  • Grãos
  • Frutas
  • Batatas
  • Vegetais
  • Legumes
  • Peixe
  • Azeite
  • Folhas verdes
  • Frutas vermelhas
  • Feijões e grãos integrais
  • Frutos do mar e aves
  • Azeite
  • Vinho

NÃO PERMITIDO

  • Carnes vermelhas
  • Aves
  • Laticínios
  • Manteiga
  • Queijo
  • Doces e frituras
  • Fast food

MELHORAR A CAPACIDADE MENTAL

O tratamento ou a prevenção para a demência devem ser feitos com acompanhamento médico, de preferência com profissionais de diferentes áreas. Embora defenda que as estratégias precisam ser individualizadas, Rosas elenca dicas que fazem a diferença e devem ser seguidas por todos:

  • Se hidrate;
  • Durma adequadamente;
  • Pratique atividade física;
  • Tenha bons pensamentos;
  • Se relacione com qualidade.

*O repórter viajou a convite do evento.

DIÁRIO DO NORDESTE

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