De 27 parlamentos estaduais, direita e centro controlam 18; Ceará entre as exceções

O que aconteceu
A abertura dos trabalhos legislativos nos Estados e no Distrito Federal consolidou o predomínio de partidos de centro e centro-direita, que conquistaram o comando de 18 das 27 Assembleias Legislativas. MDB e União Brasil foram os maiores vencedores, presidindo cinco Casas cada. É o nque revela levantamento feito pelo cientista político Murilo Medeiros, da UNB.

Por que importa
Esse cenário reforça a tendência de maior capilaridade regional e moderação ideológica desses partidos, o que pode se refletir nas eleições municipais e na próxima formação da Câmara dos Deputados.

Os números

• MDB: 5 Assembleias (Pará, Distrito Federal, Alagoas, Minas Gerais e Piauí)
• União Brasil: 5 Assembleias (Goiás, Amazonas, Rio de Janeiro, Amapá e Espírito Santo)
• Republicanos: 4 Assembleias
• PSD: 4 Assembleias
• PL: 1 Assembleia (São Paulo)
• PT: 1 Assembleia (Rio Grande do Sul)

Entre os partidos de esquerda e centro-esquerda, PT, PSB e PDT ficaram à frente de apenas 4 Casas Legislativas, representando 15% do total. Entre eles, a Assembleia Legislativa do Ceará, que tem o PDT no comando.

Na prática
A maior parte das eleições foi definida por unanimidade, com chapa única em 70% das Assembleias.

Casos de tensão

• Maranhão: Empate entre Iracema Vale (PSB) e Othelino Neto (Solidariedade). Critério de desempate pela idade garantiu a reeleição de Iracema.
• Minas Gerais: Tadeu Martins Leite (MDB), reeleito sem concorrência, mas em relação conturbada com o governador Romeu Zema (Novo), que enfrenta resistência na Casa.
• Pernambuco: Apesar de serem do mesmo partido (PSDB), o presidente Álvaro Porto e a governadora Raquel Lyra mantêm relação tensa. Porto chegou a fazer um comentário pejorativo sobre a gestora durante sessão.

Contexto ampliado
A reeleição dos presidentes tem sido prática comum: das 26 Assembleias estaduais, 20 reconduziram seus dirigentes. Em São Paulo, por exemplo, André do Prado (PL) obteve apoio do PT e do PL para permanecer no comando.

Mas…
A prática de sucessivas reeleições vem sendo questionada. O STF determina que só é permitida uma recondução. Na Bahia, Adolfo Menezes (PSD) foi afastado por decisão do ministro Gilmar Mendes, por estar no terceiro mandato consecutivo.

Olhar do especialista
“Partidos de centro e centro-direita têm consolidado sua força regional, o que tende a influenciar as eleições municipais e a próxima formação da Câmara dos Deputados. É uma configuração de poder com menos radicalidade ideológica e mais pragmatismo”, avalia Murilo Medeiros, da UnB.

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