A Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará espera receber nos próximos 10 anos investimentos da ordem de R$ 12,7 bilhões, gerando no total 34 mil empregos, em sua nova área (Setor II), de 1.911,04 hectares. De janeiro a setembro deste ano, foram movimentadas na área da Zona 2.876.708 toneladas (t) de carga a granel/solta. “A nossa expectativa é que com o Setor II gerar mais 1 milhão de toneladas/ano até 2018”, projeta o presidente da ZPE Ceará, Mário Lima Júnior.
A ampliação da Zona foi dividida com base nos investimentos esperados. A área Sul (911,04 hectares) está destinada a indústrias dos setores calçadista, têxtil, petroquímico, eletrônico, metalmecânico, agroindústria, granito e alimentos, dentre outros. Todos eles estão sendo negociados Governo do Estado. Já a área Norte, com cerca de 1.000 hectares, está focada para a captação de uma refinaria.
Balanço de cargas
Das 2.876.708 toneladas de cargas movimentadas na ZPE nos primeiros nove meses deste ano, 2.514.513 toneladas foram de entrada e 362.195 toneladas de saída. Em virtude da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), o minério de ferro e o carvão foram as cargas de maior movimentação no período, sendo 1.289.024 e 822.446 toneladas, respectivamente. O minério foi oriundo de Minas Gerais, Espírito Santo, Pará e do Ceará, sendo 28.935,72 toneladas deste produto somente do município de Quiterianópolis, no interior do Estado.
A ZPE Ceará também registrou o movimento de calcário: (155.517 t); pelota (116.808 t); dolomita (55.482 t); sucata (24.856 t); sílica (11.188 t) e quartzo (7.792 t), além de 31.399 t de cargas diversas.
Os insumos regionais (calcário, dolomita, quartzo e sílica) foram oriundos de municípios como Quiterianopólis, São Luis do Curu, Maracanaú, Horizonte, Quixeré, Limoeiro do Norte, Forquilha, Banabuiú e Caucaia.
De acordo com, Mário Lima Júnior, são mais de 100 operadores e monitores na ZPE Ceará envolvidos nessas operações em regime ininterrupto durante as 24 horas do dia.
A mão de obra para as atividades desempenhadas na Zona de Processamento foi recrutada nas regiões de São Gonçalo, Paracuru, Caucaia e Fortaleza.
Setor II
Segundo o presidente da ZPE Ceará, estão sendo ultimados os projetos e licitações para desenvolver a infraestrutura necessária para o pleno funcionamento da nova área da estatal. “A área de expansão contará com armazéns, pátio, gates e será toda cercada com monitoramento 24 horas, o que permitirá a instalação de novos empreendimentos industriais”, conclui.
Já estão confirmadas para se instalarem no Setor II da ZPE empresas de granito do Estado do Espírito Santo. A expansão da Zona havia sido aprovada no mês de abril deste ano e agora aguarda pelo alfandegamento da Receita Federal.
O assessor especial para Assuntos Internacionais do Governo do Estado, Antônio Balhmann, acredita que o posicionamento da Receita sairá ainda este mês. “Depois disso, elas (empresas do setor de granito) apresentam à ZPE os projetos de fábricas dentro da área. Esses projeto são encaminhado para o Conselho das ZPEs. Após aprovados, eles (os empresários) podem começar as obras”, explica. Assim, segundo a previsão do assessor, as primeiras indústrias do setor devem começar a se instalar na nova área já nos primeiros meses do próximo ano.
Refinaria
Na Zona de Processamento de Exportação também reside a esperança de que seja implantada uma refinaria de petróleo, diante da desistência da Premium II em pela Petrobras em janeiro de 2015. A intenção do Governo do Estado, segundo Balhmann, é incluir o projeto na lista de prioridades do Acordo Brasil-China, que foi reafirmado entre os dois países durante a mais recente cúpula de líderes do G20, no mês de setembro.
O assessor não deu detalhes de qual seria a próxima estratégia para que o projeto se torne prioritário. Ele ressaltou que o investimento pode vir de uma empresa do setor público ou privado da China.
Fonte: Diário do Nordeste