Audiência geral contesta ideia de «meritocracia» nas relações pessoais e alerta para consequências de quem está preso na infelicidade
Prosseguindo o ciclo de reflexões sobre a esperança, Francisco falou da “angústia do homem contemporâneo”, para quem é preciso ser forte e belo para que alguém se ocupe dele.
“Tantas pessoas procuram hoje uma visibilidade, só para colmatar um vazio interior: como se fossem pessoas eternamente necessitadas de confirmação”, observou.
O Papa sublinhou a importância de amar “gratuitamente”, à imagem de Deus, para evitar também “reações de ódio e de violência”.
“Quando é um adolescente a não ser ou a não sentir-se amado, então pode nascer a violência. Por trás de tantas formas de ódio social e de vandalismo está muitas vezes um coração que não foi reconhecido”, sustentou.
Francisco disse que Deus se aproximou da humanidade de forma “incondicional” e ama como um pai ou uma mãe, dando como exemplo as mães que têm filhos na prisão e nunca os abandonam.
O Papa perguntou depois qual era o “remédio” para mudar o coração de uma pessoa infeliz e a multidão respondeu “o amor”, num diálogo concluído com uma salva de palmas.
“É tempo de ressurreição para todos, tempo de levantar os pobres do desencorajamento, sobretudo os que jazem no sepulcro há tempo bem mais longo do que três dias”, apelou.
Na parte final do encontro, Francisco deixou a sua saudação aos peregrinos de língua portuguesa, convidando todos a “permanecer fiéis ao amor de Deus que encontramos em Cristo Jesus”.
“Ele desafia-nos a sair do nosso mundo limitado e estreito para o Reino de Deus e a verdadeira liberdade. O Espírito Santo vos ilumine para poderdes levar a Bênção de Deus a todos os homens. A Virgem Mãe vele sobre o vosso caminho e vos proteja”, prosseguiu.
Os doentes que acompanharam a audiência geral estiveram hoje na sala Paulo VI, onde estão instalados ecrãs gigantes, para fugir do calor.
OC