O Departamento de Justiça dos Estados Unidos detalhou, em documento tornado público nesta quarta-feira (21), os pagamentos de propinas realizados pela Odebrecht a partidos políticos, funcionários públicos estrangeiros e intermediários.
O órgão dos EUA afirma que as propinas totalizaram US$ 439 milhões em 11 países: Angola, Argentina, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela.
Segundo o Departamento de Justiça, os pagamentos ilegais foram realizados para assegurar vantagens, obter ou manter negócios nesses países para a Odebrecht, totalizando um retorno em benefício para a empresa de US$ 1,4 bilhão.
As informações foram tornadas públicas pelo órgão americano após a Braskem e a Odebrecht assinarem acordos de leniência com os EUA e a Suíça para suspender ações judiciais contra as companhias nos dois países.
Saiba abaixo quais foram os valores ilegais pagos pela Odebrecht, segundo o Departamento de Justiça americano, para cada um desses 11 países, e a conta do benefício recebido como resultado da propina, de acordo com o órgão:
Angola
No período entre 2006 e 2013 a Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos US$ 50 milhões em propinas para funcionários do governo para assegurar contratos públicos, resultando em benefícios de US$ 261 milhões à empresa.
Argentina
No período entre 2007 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos mais de US$ 35 milhões em propinas para intermediários com o entendimento de que os valores seriam repassados, em parte, para funcionários do governo. Associados a três projetos de infraestrutura, os pagamentos geraram benefícios de US$ 278 milhões à empresa.
Colômbia
No período entre 2009 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos mais de US$ 11 milhões em propina para manter contratos públicos e teve benefícios que somam U$ 50 milhões.
República Dominicana
No período entre 2001 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos mais de US$ 92 milhões para funcionários do governo ou intermediários que geraram benefícios de US$ 163 milhões.
Equador
No período entre 2007 e 2016, a Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos mais de US$ 33,5 milhões em propinas para funcionários do governo que geraram benefícios à empresa no valor de US$ 116 milhões.
Guatemala
No período entre 2013 e 2015, a Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos aproximadamente US$ 18 milhões em propinas para funcionários do governo para manter contratos públicos e teve benefícios de US$ 34 milhões.
México
No período entre 2010 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos aproximadamente US$ 10,5 milhões em propinas para funcionários do governo para manter contratos públicos e obteve US$ 39 milhões em benefícios.
Moçambique
No período entre 2011 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos em propina aproximadamente US$ 900 mil para funcinários, sendo US$ 250 mil para quadros do alto escalão do governo. A empresa tinha o intuito de conseguir termos favoráveis de projetos de construções públicas, parte deles através de offshore.
Panamá
No período entre 2010 e 2014, a Odebrecht pagou em propina ou fez com com que fossem pagos mais de US$ 59 milhões para funcionários do governo e intermediários para garantir, entre outras coisas, contratos públicos. Obteve benefícios de US$ 175 milhões.
Peru
No período entre 2005 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos aproximadamente US$ 29 milhões para funcionários do governo para garantir contratos públicos, obtendo mais de US$ 143 milhões como benefícios.
Venezuela
No período entre 2006 e 2015, a Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos em propina aproximadamente US$ 98 milhões para funcionários do governo e intermediários para conseguir e manter contratos públicos.