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Polícia Federal indicia 16 pessoas por fraudes na liberação de créditos da Caixa

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Por Camila Bomfim e Mariana Oliveira, TV Globo, Brasília

A Polícia Federal concluiu nesta sexta-feira (8) as investigações da Operação Cui Bono, iniciada no ano passado, que apura fraudes na liberação de créditos pela Caixa Econômica Federal.

Dezesseis pessoas foram indiciadas, entre políticos, operadores e ex-dirigentes da Caixa. O grupo é suspeito participar de um esquema de concessão de empréstimos da Caixa a empresas em troca de propina.

Entre os indiciados, estão Geddel Vieira Lima (MDB-BA), ex-ministro do governo Michel Temer, Eduardo Cunha (MDB-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados, e Lúcio Funaro, doleiro e suposto operador financeiro do MDB.

Em nota divulgada à imprensa, a PF afirmou que o relatório final das investigações se baseou em provas obtidas em ações de busca e apreensão, depoimentos e análise de dados.

O relatório final foi encaminhado à 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, responsável pelo processo.

A TV Globo teve acesso à lista de pessoas indiciadas e às acusações que pesam contra elas:

  • Geddel Quadros Vieira Lima, ex-ministro: corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de investigação
  • Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa
  • Lúcio Funaro, doleiro: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa
  • Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa
  • Roberto Derziê de Sant’anna, ex-vice-presidente da Caixa: corrupção passiva e organização criminosa
  • Giovanni de Carvalho Alves, ex-superintendente de negócios da Caixa: organização criminosa
  • Alexandre Margotto, ex-auxiliar de Funaro: organização criminosa
  • Altair Alves Pinto, apontado como operador de Eduardo Cunha: lavagem de dinheiro e organização criminosa
  • Sidney Norberto Szabo, apontado como operador de Eduardo Cunha: lavagem de dinheiro e organização criminosa
  • Gustavo Pedreira do Couto Ferraz, advogado apontado como aliado de Geddel: lavagem de dinheiro
  • Henrique Constantino, sócio da Gol: associação criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro
  • Marcos Antonio Molina dos Santos, executivo do Grupo Marfrig: associação criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro
  • Joesley Batista Mendonça, sócio da J&F: corrupção ativa, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de investigação
  • Reinaldo Bertin, sócio do grupo Bertin: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa
  • Natalino Bertin, sócio do grupo Bertin: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa
  • Silmar Bertin, sócio do grupo Bertin: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa

O que dizem os citados

A defesa do ex-deputado Eduardo Cunha afirmou que ainda não teve acesso ao relatório da PF e que, só depois disso, irá se manifestar.

A defesa de Lúcio Funaro afirmou que ele está colaborando de “modo efetivo” com as autoridades e respeita todas as cláusulas do acordo de delação que firmou com o Ministério Público.

Por telefone, a defesa de Fábio Cleto disse que a colaboração do cliente é “efetiva” e “espontânea” e que Cleto segue à disposição da Justiça.

Roberto Derziê de Sant’anna disse à TV Globo que é inocente e que nunca participou de nenhum esquema de organização criminosa.

“Meus sigilos bancário e fiscal já foram totalmente verificados. Minha participação foi unicamente para exigir reforços de garantias para a operação de crédito tomado junto à Caixa”, declarou Derziê.

A TV Globo busca contato com os outros citados nesta reportagem.

Geddel sob investigação - Operações Cui Bono e Tesouro Perdido (Foto: Arte/G1) Geddel sob investigação - Operações Cui Bono e Tesouro Perdido (Foto: Arte/G1)

Geddel sob investigação – Operações Cui Bono e Tesouro Perdido (Foto: Arte/G1)

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