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PF apreende R$ 373 mil em endereço de ex-conselheira do Carf alvo da Zelotes

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A Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 373 mil em um endereço de Mércia D’Amorim, ex-integrante do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e investigada na Operação Zelotes. O dinheiro foi apreendido em Recife (PE).

A TV Globo buscava contato com a defesa de Mércia até a última atualização desta reportagem.

A 10ª fase da Zelotes foi deflagrada nesta quinta-feira (26). A operação investiga o pagamento de propina por empresas a conselheiros do Carf para se livrarem de multas em julgamentos.

Mércia D’Amorim é suspeita de receber dinheiro para votar a favor da siderúrgica Paranapanema. Segundo as investigações, o voto da ex-conselheira ajudou a empresa a se livrar do pagamento de R$ 650 milhões em multas e impostos.

Segundo a decisão que autorizou a operação , a então conselheira era “tratada como ‘amiga dos memoriais’ , possivelmente por atuar no interesse da referida empresa, atendendo aos pedidos para beneficiá-la no julgamento do processo administrativo fiscal”.

Nesta quinta, após a PF deflagrar a nova fase da Zelotes, a Paranapanema informou: “A Companhia tampouco seus administradores ou gestores atuais foram alvo ou notificados oficialmente. A Companhia repudia quaisquer atos de ilegalidade e conta com rigorosas políticas de controle e conformidade, que têm sido permanentemente aprimoradas”.

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Entenda

O Carf é um tribunal administrativo no qual empresas recorrem de multas aplicadas pela Receita Federal.

As investigações apontam que Mércia D’Amorim recebeu a visita de uma advogada investigada no esquema e que já foi alvo de fases anteriores da Zelotes.

De acordo com o Ministério Público, o encontro seria, oficialmente, para a entrega de “memoriais”, ou seja, a defesa da Paranapanema.

O MP não descarta, contudo, que a palavra “memoriais” foi usada como código para o pagamento de propina.

“A proximidade de Mércia e Meigan [Meigan Sack Rodrigues, investigada e sócia de um escritório de advocacia] era tanta que marcaram um encontro no hotel onde a conselheira que julgou o caso favoravelmente à Paranapanema estava hospedada. Embora o encontro se refira a entrega de ‘memoriais’, não se descarta que a palavra tenha sido usada como código para o pagamento de propina”, afirmam os investigadores.

 (Foto: Editoria de Arte / G1)  (Foto: Editoria de Arte / G1)

(Foto: Editoria de Arte / G1)

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