O papa Francisco visitou neste domingo (2) a região da Emília-Romana, no norte da Itália, atingida por dois terremotos que deixaram 28 mortos em maio de 2012, e se encontrou com famílias afetadas pelos tremores.
Iniciada ainda pela manhã, a viagem começou em Carpi, cidade de pouco mais de 71 mil habitantes que abrigou uma missa do Pontífice para cerca de 70 mil fiéis. A homilia foi celebrada em frente à catedral do município, reinaugurada na semana passada, após as obras de reconstrução pós-terremotos.
Das 70 mil pessoas presentes, 20 mil estavam na própria praça da igreja, incluindo uma senhora de 103 anos, Desdemona Lugli. “Vivi em Carpi por 18 anos, antes de me mudar para Roma. Vi muitos papas ao vivo, mas não achava que veria também Francisco. É muita emoção, ontem não consegui nem comer”, disse a idosa.
Outros 50 mil fiéis acompanharam a missa por meio de diversos telões espalhados pela cidade, que deu um chamado “banho de multidão” no líder da Igreja Católica em seu trajeto de “papamóvel” até a catedral.
“Há quem fique recluso na tristeza e quem se abra à esperança. Há quem permaneça preso nos entulhos da vida e quem, como vocês, com a ajuda de Deus, se levante dos destroços e se reconstrua com paciente esperança”, afirmou Jorge Bergoglio em sua homilia.
Em seguida, ele almoçou com bispos da Emília-Romana em um seminário católico e seguiu para Mirandola, uma das cidades mais atingidas pelos sismos de 2012. Com 24 mil habitantes, o município ainda possui diversos edifícios avariados pelos terremotos, como sua catedral, que foi visitada pelo Pontífice.
No interior do Domo, Francisco depositou uma coroa de flores em um altar semidestruído, antes de sair na praça e discursar às pessoas afetadas pelos tremores, que não paravam de gritar seu nome.
“Agradeço pelo exemplo que vocês deram a toda a humanidade, um exemplo de coragem, de seguir em frente, de dignidade”, disse o Papa, que também cobrou a reconstrução dos locais destruídos pelos sismos.
“Muito foi feito, mas é importante um empenho decidido para recuperar os centros históricos. Esses lugares preservam a memória e são espaços indispensáveis à vida social e eclesiástica. Sei que não faltará boa vontade da parte de todos os atores envolvidos para que seja garantida a rápida realização dessas obras”, acrescentou.
Antes de voltar ao Vaticano, Francisco ainda depositou outra coroa de flores, desta vez em uma estrela que homenageia as vítimas dos terremotos de cinco anos atrás.
Agência Ansa