“Por mim, eu ia para casa e já levava meu filho comigo nos braços”. Esse é o maior desejo de Gerlando Moura da Silva, natural de Horizonte, na Grande Fortaleza, após ver o filho recém-nascido na incubadora, mas entende que ele precisa se recuperar e ficar forte. No primeiro dia de Daniel, Gerlando passa na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, do Hospital Geral César Cals, da rede pública do Governo do Ceará. Ele já foi três vezes ver o filho, que nasceu prematuro de 33 semanas, na manhã de quinta-feira, 10 de agosto. Por ele, passava o dia todo, mas por conta do trabalho, precisa se ausentar e administrar bem o tempo. “Eu aproveito todo o tempo possível para ficar perto dele e da minha esposa”, diz.
O cuidado com os recém-nascidos e com a mãe envolve não só a equipe multiprofissional do HGCC, formada por médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre outros, mas também o pai, os irmãos do bebê e os avós. O Hospital César Cals entende, conforme orientação do Ministério da Saúde, que a participação da família é essencial para a recuperação da mãe e do filho. “O apoio maior é dos familiares. Apoiando a mãe, ela se sentirá mais segura, o que vai favorecer a ordenha do leite materno, além de aliviar o estresse. É uma forma de dividir a situação, os problemas, o conflito com a família”, esclarece Willzni Sales Rios, médica chefe da Neonatologia.
Por isso é tão importante a presença da família porque ela participa junto na assistência ao bebê e no apoio à mãe fragilizada. Isso é mais evidenciado quando o filho, ao nascer, é encaminhado para a UTI Neonatal, mas a participação acontece em todas as enfermarias. “Uma mãe que tem um recém-nascido prematuro, que apresenta uma patologia respiratória ou cirúrgica, esse bebê é separado da dela. A separação causa um transtorno materno. A mãe já se encontra fragilizada pelo puerpério. Ela precisa de um apoio”, explica a médica.
Ela ressalta que “a base da puérpera é o companheiro. Ele é quem sustenta, que segura essa parte psicológica da mãe. Porque ela vai enfrentar as dificuldades que tem na separação do seu filho de uma forma diferente.” Conforme explica a enfermeira neonatal, Christiane Santos Coelho, a presença do pai é importante, principalmente, pelo apoio à mãe e fortalecimento do vínculo familiar. “Os pais não são visitantes, eles fazem parte da rotina da UTI Neonatal. Eles têm acesso garantido o dia todo”, ressalta. Dessa forma, sempre que pode, Gerlando aproveita todo o tempo disponível para ficar ao lado do filho e já não vê a hora de chegar domingo, 13 – Dia dos Pais, para estar com ele e quem sabe segurá-lo nos braços. “Não vejo a hora de chegar domingo para estar aqui de novo”, planeja o pai.
Assim como ele, Francisco Jonas Lima Cipriano não quer largar do primeiro filho, Enzo Miguel Vaz Cipriano, que nasceu no dia 2 de julho. Após duas semanas na UTI Neonatal, ele foi transferido para Unidade de Cuidados Intermediários Canguru e, desde então, o contato com o filho ficou ainda mais próximo. “Eu venho todo dia ao hospital, desde que meu filho nasceu. Faço questão de participar de todo cuidado do meu filho”, conta feliz. Com o filho nos braços, Jonas afirma que muita coisa mudou. A forma como ele ver o mundo, os sentimentos, o relacionamento com a criança transformou o pai. “Quando você é só filho, não imagina o sentimento de pai, mas quando você se torna um, tudo muda”, destaca Joana, com orgulho.
No Método Canguru, os pais também têm livre acesso e também são incentivados a fazerem a posição canguru para que o contato e o vínculo com o bebê sejam fortalecidos, o que já acontece desde a UTI neonatal, quando eles são encorajados a tocar a criança. Com essas ações, o Hospital César Cals, referenciado como Amigo da Criança, atua na humanização do atendimento e incentiva a participação da família. Jonas Lima diz que se sente realizado em poder fazer parte desse momento e sonha com o momento em que o filho receba alta para sentir ele mais próximo possível, em casa e recuperado. No seu primeiro Dia dos Pais, o desejo é segurar Enzo fortemente. “Estou começando a sentir o meu filho, me descobrindo como pai. Saber que ele está se recuperando é gratificante. Depois do susto inicial, hoje já está tudo mais tranquilo”, comemora.
11.08.2017
Fotos: Assessoria de Comunicação do HGCC
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