O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chamou atenção para a necessidade da reforma da Previdência Social no sentido de evitar o aumento dos juros e da inflação no País. Após participar de seminário do jornal Valor Econômico, na manhã desta segunda-feira (17), o ministro ressaltou que a proposta não é uma preferência do governo federal, mas uma necessidade “matemática” e financeira.
“Se o País não fizer uma reforma no devido tempo, as taxas de juros, ao invés de cair, vão voltar a subir fortemente”, alertou Meirelles. Na visão dele, nesse cenário, haveria contração de investimentos e aumento do desemprego.
Meirelles ressaltou, ainda, a importância das reformas econômicas para estabilizar a economia e acelerar a retomada do crescimento. Ele avaliou que medidas como o teto dos gastos públicos, aprovada no fim do ano passado, foram importantes para melhorar o ambiente econômico.
Previdência sustentável
Durante a apresentação no seminário, Meirelles apontou para o crescimento das despesas do governo diante dos gastos com a Previdência Social. Segundo ele, não haverá mais espaço no Orçamento para outros gastos obrigatórios se a reforma não for feita e levando em conta o limite de gastos públicos.
Para o ministro, é necessário reformar as regras de aposentadoria para garantir uma Previdência Social “sustentável” no futuro e, assim, não colocar em risco o recebimento dos benefícios pelos futuros aposentados.
Ele considerou “falaciosos” os argumentos que sugerem que há um superávit nas contas da Previdência Social e de que a cobrança de dívidas previdenciárias em atraso seriam suficientes para cobrir o rombo, que somou R$ 149,7 bilhões no regime geral no ano passado.
Para este ano, espera-se um resultado negativo na casa dos R$ 188,8 bilhões e, sem reforma, pode chegar a R$ 202,2 bilhões em 2018, nas contas da equipe econômica. Atualmente, a reforma da Previdência está sendo analisada por uma comissão especial da Câmara dos Deputados.
Fonte: Portal Brasil