A partir de agora, mães que não têm residência em Fortaleza mas precisam acompanhar seus bebês internados na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) passam a contar com a Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP). Com capacidade para abrigar até 15 mulheres e 7 recém-nascidos, a Casa fica localizada a cerca de 300 metros da Meac. É uma residência provisória de cuidado à gestação de alto risco e puerpério para usuárias e seus recém-nascidos que demandam atenção diária, mas que não exigem vigilância constante em ambiente hospitalar. A inauguração oficial da Casa ocorre nesta quinta-feira (4).
“Seu objetivo é oferecer acolhimento humanizado, cuidado, orientações de saúde e autocuidado com acompanhamento especializado. Neste primeiro momento, a unidade está admitindo puérperas de alta da maternidade, cujos recém-nascidos esperam por exames. A perspectiva é ampliar o atendimento às gestantes em breve”, explica Carlos Augusto Alencar Júnior, Gerente de Atenção à Saúde da Meac.
A Casa da Gestante, Bebê e Puérpera funciona como um anexo do hospital, com equipe de enfermeiros, técnicos em enfermagem, médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e outros profissionais em escala de plantão ou sobreaviso. A expectativa é que a Casa também contribua para a liberação de leitos na Maternidade Escola.
Maria das Candeias Rodrigues Maia foi a primeira hóspede da Casa. Sua entrada foi antecipada para liberar leitos na Maternidade no dia 14 de abril, ocasião em que havia superlotação. Residente em Russas, a 150 quilômetros de Fortaleza, Candeias desenvolveu um quadro de pré-eclâmpsia e foi encaminhada por sua médica à Maternidade Escola, onde deu à luz o menino João Italo, prematuro e cardiopata. À espera por vaga em outro hospital de referência para doenças cardíacas, a mãe, já em condições de alta médica, ficou internada na Meac.
“Não conheço ninguém em Fortaleza que pudesse me hospedar. Foi quando veio o convite pra Casa da Gestante. A primeira noite que dormi lá, foi a melhor desde que meu filho nasceu. Consegui descansar, fui bem recebida. Agradeço a toda a equipe pelos 10 dias que passei lá”, conta.
História parecida é a de Antonia Nayara Melo, de 22 anos. Ela mora em Monsenhor Tabosa, a 300 quilômetros da capital, e está com a bebê internada na Unidade de Médio Risco da Meac, onde nasceu. “Se não existisse essa Casa, não sei o que seria de mim, pois não conseguiria voltar para o interior e deixar minha filha aqui. Além disso, todos os dias vou visitá-la, tirar leite para ela se alimentar e às vezes a seguro nos braços”, conta. Ela destaca o bom atendimento dos profissionais e elogia a iniciativa da MEAC na implementação da CGBP.
Na casa, as usuárias têm liberdade de sair e voltar, cozinhar, assistir TV e receber visitas nos horários ampliados, além de conhecer outras mães, trocando experiências e fazendo boas amizades. A abertura da Casa da Gestante foi possível neste primeiro semestre graças à campanha de arrecadação de móveis, eletrodomésticos e outros artigos necessários para acolher os hóspedes.