No primeiro capítulo da série ‘Os jovens e a Previdência’, a CBN apresenta como a geração que começa a entrar no mercado de trabalho convive com uma incerteza: vale a pena gastar tempo e dinheiro contribuindo com o INSS?
Por Alana Ambrósio
Você já sabe o que vai fazer no fim de semana? Está na dúvida, ainda é segunda-feira, tem muito tempo e opção pra aparecer até lá. Se é assim com cinco dias à frente, imagine quando o planejamento é para daqui a 30, 40 ou 50 anos.
Só que pra entender como a reforma na Previdência vai impactar daqui a tanto tempo na vida, muitas pessoas começam cedo. Jéssica Ferreira já tem essa preocupação. Autônoma, aos 24 anos, não só paga o INSS como um plano de previdência privada.
São 16 milhões de pessoas entre 19 e 29 anos de idade que destinam todo mês parte do salário ao INSS – e o retorno só vai vir bem lá na frente.
Com as mudanças em vista na Previdência, essa geração que acabou de entrar no mercado de trabalho está cheias de dúvidas: será que vai valer a pena se aposentar?
O jornalista Diego Moura vê os avós ganhando um dinheirinho que dá, no máximo, pra pagar despesas básicas. Então logo aos 22 ele já ligou o alerta.
Com a reforma da Previdência, a idade para se aposentar será de 65 anos para homens e mulheres. O tempo mínimo de contribuição com o INSS também será alterado: passa de 15 anos para 25 anos.
Pra se ter uma ideia, um jovem de 25 anos precisa contribuir em média com 10% do salário. Se a remuneração for de R$ 3 mil, 40 anos depois, serão R$ 144 mil de puro investimento. No caso dos autônomos, esse valor pode dobrar.
As consequências dessas mudanças tendem a ser desanimadoras. É o que teme o advogado especializado em previdência, Wladimir Novaes Martinez.
É essa falta de informação um dos problemas mais urgentes a serem solucionados pelo Governo. Já que quase 63% dos jovens brasileiros admitem que nem sequer sabem o que é preciso fazer para se aposentar.
CBN