O número de trabalhadores desempregados cresceu na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) nos últimos dois anos, de acordo com Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada nesta terça-feira (7) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com as quedas, os principais indicadores de rendimento e emprego do Ceará “retrocederam a patamares similares aos de 2010, com a perda de parte dos avanços conquistados até 2014”.
Segundo a pesquisa, em 2016 o nível ocupacional (-4,9%), o rendimento médio real (-3,0%) e a massa de rendimentos reais dos ocupados (-7,5%) diminuíram, comparando com o ano anterior, a exemplo do ocorrido em 2015.
A taxa de desemprego total cresceu nos anos de 2015 (8,6%) e 2016 (13,1%), registrando a taxa mais elevada desde 2009. O crescimento do desemprego ocorreu entre homens e mulheres, jovens e adultos, chefes de domicílio ou não e negros e não negros, de forma generalizada. Em 2016, o contingente de desempregados na área metropolitana de Fortaleza foi estimado em 241 mil pessoas, 52,5% maior que o do ano anterior (158 mil).
Desemprego contínuo
Um indicativo da perda de dinamismo do mercado de trabalho da RMF que gera preocupação, segundo o Dieese, é a elevação do desemprego de forma contínua mesmo em um contexto de descrença de parte dos trabalhadores quanto às reais possibilidades de obtenção de trabalho, fato constatado em 2015 e 2016, entre homens e mulheres.
Em 2016, as variações anuais do número de ocupados (-4,9%) e de desempregados (52,5%) foram mais intensas do que as verificadas em 2015, quando comparadas ao ano anterior. Na RMF, foram eliminadas 82 mil oportunidades de trabalho e o número de homens (-5,0%) e o de mulheres (-4,7%) ocupados decresceram quase na mesma proporção, o segundo ano consecutivo de queda do nível ocupacional de homens e mulheres.
Mulheres
O contingente de mulheres ocupadas diminuiu de 752 mil, em 2015, para 717 mil, em 2016, uma perda de 35 mil ocupações, um pouco menor do que a perda masculina (-47 mil). Por outro lado, os números mostram que parcela feminina no total de ocupados (44,8%) mostrou-se relativamente estável no triênio 2014/2016.
No recorte por sexo, a pesquisa aponta que houve aumento do desemprego entre os homens (de 7,8%, em 2015, para 12,3%, em 2016) e as mulheres (de 9,5% para 14,1%), totalizando 123 mil homens e 118 mil mulheres desempregados na região, no ano em análise, recordes históricos das taxas de desemprego e do número de desempregados na RMF, desde 2009, nos dois casos.
G1