Por G1

Acompanhe os reflexos do 9º dia da greve dos caminhoneiros pelo Brasil
Caminhoneiros continuam fazendo protestos em rodovias do país nesta terça-feira (29), o 9º dia da greve. Há atos em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal. Em algumas capitais, o combustível começou a chegar em parte dos postos, e a oferta de transporte público também dá sinais de melhora.
Para atender as reivindicações dos grevistas, o presidente Michel Temer anunciou no domingo (27) a redução de R$ 0,46 no litro do diesel por 60 dias, entre outras medidas. Enquanto parte dos representantes dos caminhoneiros disse aceitar a proposta e encerrar a grave, sindicatos e outras lideranças esperam mais garantias do governo.
Abastecimento e ruas vazias
Com escolta policial, caminhões-tanque saíram de distribuidoras para abastecer postos em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Paraíba, além do Distrito Federal.
Em Campo Grande, a maioria dos postos já tem combustível. Mas a situação ainda é crítica no interior do estado. Em João Pessoa, o abastecimento está sendo normalizado.
No Paraná, o governo estadual fez um acordo com os caminhoneiros para liberar a passagem de combustíveis e gás de cozinha. Mesmo assim, ainda há filas nos postos.
Motoristas passaram a madrugada nas filas em Porto Alegre. Segundo estimativa da prefeitura, 72 dos 280 postos da capital do Rio Grande do Sul devem ser abastecidos até a quinta-feira (31).
No Espírito Santo, os postos já têm poucas filas na Grande Vitória, e no interior o reabastecimento chegou alcançou 50%.
Na Paraíba, as filas estão menores em João Pessoa, e em Campina Grande 7 caminhões com combustível chegaram à cidade na noite da segunda-feira.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirma que a situação ainda está longe do ideal e deve demorar pelo menos uma semana para voltar ao normal.
As ruas de São Paulo e Rio de Janeiro amanheceram com cara de feriado. Às 7h30, o congestionamento era de zero km na capital paulista (o normal varia entre 32 km e 56 km para o horário). O Rio, que costuma ter 76 pontos de congestionamento às 7h45, tinha apenas nove.
Motoristas e motociclistas fazem fila em posto em São Gonçalo (Foto: Carlos Brito/ G1)
Transporte público nas capitais
- São Paulo: redução de 37% da frota
- Rio de Janeiro: redução de 55% da frota
- Brasília: normal
- São Luís: redução de 10%
- João Pessoa: redução de 30%
- Curitiba: normal
- Porto Alegre: normal no horário de pico e 80% no restante do dia
- Vitória: normal
- Belo Horizonte: normal
- João Pessoa: frota 30% menor
Aeroportos
De acordo com a Infraero, 9 dos 54 aeroportos administrados pela estatal estão sem combustível hoje. São eles:
- Foz do Iguaçu/PR
- Paulo Afonso/BA
- Teresina/PI
- Palmas/TO
- João Pessoa/PB
- Ilhéus/BA
- Cuiabá/MT
- Imperatriz/MA
- Petrolina/PE
Dos 286 voos programados até às 8h nos aeroportos administrados pela Infraero, 19 tinham sido cancelados e 28 estavam com atraso.
A Latam cancelou 8 voos nesta terça, mas disse que “a maior parte da sua operação” está dentro da normalidade. Os passageiros impactados por cancelamentos poderão remarcar sem custo, segundo a aérea.
Escolas e universidades
No Paraná, as aulas foram suspensas em colégios estaduais de 99 cidades e nas universidades.
Pelo menos 3 universidades retomaram as aulas no Rio Grande do Sul, assim como as escolas estaduais e a rede municipal de Porto Alegre, que funciona normalmente.
Em Minas Gerais, a rede estadual de ensino e a UFMG suspenderam as atividades.
Saúde
Em Pernambuco, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) levou remédios para um centro de nefrologia em Caruaru, no Agreste do Recife. A clínica tem convênio com o SUS e já tinha reduzido o tempo de hemodiálise dos pacientes.
Em Porto Alegre, 5 hospitais suspenderam as cirurgias eletivas. Metade do 269 hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul também suspendeu parte dos atendimentos marcados para priorizar os serviços de urgência.
Na Paraíba, o hospital de Mangabeira (Trauminha) decidiu suspender as refeições de acompanhantes e funcionários para atender totalmente os pacientes.
Alimentos
No Espírito Santo, o desabastecimento afeta principalmente o interior do estado, com falta de ingredientes em restaurantes, padarias e supermercados.
A Central Estadual de Abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, está praticamente vazia nesta terça-feira.
Outros serviços públicos
Em Minas Gerais, o governador deu ponto facultativo para repartições públicas até 1º de junho. A coleta de lixo foi normalizada em Belo Horizonte.
Na Paraíba, consumidores estão com dificuldades para encontrar gás de cozinha – os botijões cheios estão presos no porto e não há mais estoque.