O presidente da República, Michel Temer, discutiu nesta terça-feira (13) com representantes do setor de biocombustíveis o programa RenovaBio – Biocombustíveis 2030. Elaborado em parceria pela iniciativa privada e o Ministério de Minas e Energia, o programa pretende aumentar a produção brasileira de etanol em sintonia com os compromissos brasileiros assumidos no Acordo de Paris para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Lançado hoje, o RenovaBio vai buscar sua atuação baseado em quatro eixos estratégicos: discutir o papel dos biocombustíveis na matriz energética; desenvolvimento baseado nas sustentabilidades ambiental, econômica e financeira; regras de comercialização e atento aos novos biocombustíveis.
Após o início das discussões entre o governo e o setor, nos próximos 60 dias será elaborada uma proposta para ser levada em consultas públicas a partir do mês de março. Ainda em 2017 uma legislação sobre o tema deve ser apresentada para que possa começar a ser executada a partir de 2018.
A expectativa é que o programa receba US$ 40 bilhões de investimentos no Brasil pela iniciativa privada, esteja presente em 1,6 mil municípios e gere cerca de 750 mil empregos. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, garantiu que o governo irá incentivar e atuar para que as medidas do programa sejam colocadas em prática.
“O governo está pronto para receber todas as sugestões e demandas que já foram identificadas pela iniciativa privada e pelas indústrias. A partir daí, dentro das nossas possibilidades, nós vamos poder chegar o mais próximo possível de atender as pautas deles. O que interessa ao governo é animar o setor privado a voltar a investir”, afirmou o ministro.
Diálogo
Para os empresários do setor, o cenário da economia brasileira é favorável para a execução do programa e a retomada do diálogo com o governo deve contribuir para a expansão do biodiesel.
“É muito positivo para o setor poder ter atenção do governo. O governo está mostrando uma nova visão para o setor de biocombustíveis de maneira geral. Não é só o setor de etanol. É o setor do biodiesel, o setor da bioquerosene e também do biogás”, afirmou André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético.
A iniciativa do ministério de estabelecer a parceria também foi elogiada pela diretora da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina. Ela ainda falou sobre a necessidade de aumentar a participação dos biocombustíveis na matriz energética do País devido à demanda do setor de transportes.
“Nós temos que aumentar a oferta de etanol de 28 bilhões de litros para 50 bilhões de litros. Nós estamos falando, portanto, de um aumento de quase 90% de crescimento dessa oferta. Com os ganhos de produtividade, isso vai exigir um aumento de uso da terra de só de 20%”.
Inovação
Durante o encontro com o presidente, os empresários apresentaram um modelo de carro que funciona com álcool e água. O veículo, desenvolvido no Brasil, tem um sistema movido por uma célula de combustível de óxido sólido (SOFC, na sigla em inglês), que gera energia elétrica a partir de etanol, água e ar.
O Brasil é um dos primeiros países a dispor do sistema, em fase experimental, devido à abundância de biocombustível aqui.
Fonte: Portal Planalto