Santuário apresentou imagens oficiais dos futuros santos
O reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, disse aos jornalistas que o objetivo é permitir que as mesmas sejam “claramente vistas” por todos os peregrinos, “em qualquer parte do recinto de oração”.
As telas para a canonização, com cerca de 11 metros de altura e 3 metros de largura, foram adaptadas pela designer Inês do Carmo, a partir das imagens da pintora Sílvia Patrício, permanecendo no local até ao dia 13 de outubro, segundo o reitor do santuário.
O padre Carlos Cabecinhas mostrou-se muito “tranquilo” em relação aos últimos preparativos para a vinda do Papa, antecidada já por um “enorme movimento” de peregrinos: “Tudo está pronto”.
O Papa Francisco vai canonizar os dois videntes mais jovens de Fátima na Missa do dia 13 de maio, precisamente 17 anos após a sua beatificação, pelo Papa João Paulo II, também na Cova da Iria.
O padre Carlos Cabecinhas precisou que as imagens pretendem transmitir “traços da santidade” dos dois pastorinhos, motivo pelo qual não se recorreu a fotografias, ao contrário do que aconteceu em 2000.
As obras têm um caráter “devocional”, acrescentou o reitor.
A postuladora da Causa de Canonização de Francisco e Jacinta Marto, irmã Ângela Coelho, afirmou por sua vez que as imagens procuram mostrar “a forma particular como eles se relacionaram com Deus”.
Sílvia Patrício, autora das imagens, falou da grande “responsabilidade” desta tarefa, na qual quis transmitir traços da “personalidade” dos futuros santos portugueses.
Inspiradas numa foto tirada pouco antes das aparições de 13 de outubro de 1917, as imagens são acompanhadas por uma candeia na mão de cada santo, evocando a expressão “candeias que Deus acendeu” usada por João Paulo II a 13 de maio de 2000.
Os beatos Francisco e Jacinta nasceram em Aljustrel, na freguesia de Fátima, o primeiro a 11 de junho de 1908 e a irmã a 11de março de 1910.
Ainda com tenra idade começaram a trabalhar no pastoreio do rebanho dos pais, na zona da Cova da Iria, e foi nesse local que juntamente com a prima Lúcia testemunharam seis aparições de Nossa Senhora, num período entre maio e outubro de 1917.
Na biografia publicada pelo Santuário de Fátima, Francisco é apresentado como uma criança que “queria dar alegria a um Deus que estava triste com os agravos ao Seu coração”.
Por isso “vivia intensamente a oração contemplativa” e “passava horas seguidas em oração em frente ao sacrário, na Igreja Paroquial de Fátima”.
Já Jacinta, “tímida mas serena”, é descrita nas memórias da prima Lúcia como alguém que apesar de muito nova era já muito tocada pelo sofrimento dos outros, muito sensível às dificuldades das pessoas.
“Jacinta afligia-se com o sofrimento dos pecadores” e tinha o seu coração “cheio de compaixão por eles e de devoção ao Imaculado Coração de Maria”, recorda o Santuário.
Os futuros santos, que estão sepultados na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, situada junto ao recinto de oração, acabaram por viver uma vida intensa mas curta.
Francisco Marto faleceu a 4 de abril de 1919 em Aljustrel, com 10 anos, vítima de um surto de gripe pneumónica que assolou Portugal nesta época.
Quanto à irmã, Jacinta Marto, morreu a 20 de fevereiro de 1920, com 9 anos, mas em Lisboa, no Hospital Dona Estefânia, onde estava internada devido à mesma doença.
JCP/OC