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Fátima 2017: Francisco prossegue tradição de viagens papais a Portugal nos últimos 50 anos

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Lisboa, 09 mai 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco vai tornar-se esta sexta-feira o quarto pontífice católico a visitar Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).

A Conferência Episcopal Portuguesa e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entregaram convites formais ao Papa argentino para que este visitasse Portugal em 2017, por ocasião da celebração do Centenário das Aparições.

As viagens internacionais dos Papas modernos são uma novidade que remonta à segunda metade do século XX, com o pontificado de Paulo VI (1897-1978).

Portugal entraria na rota dessas visitas apostólicas logo na quinta viagem deste pontífice italiano, a 13 de maio de 1967, por ocasião do 50.º aniversário das aparições marianas, reconhecidas pela Igreja Católica, na Cova da Iria.

Fátima seria a partir de então o principal motor das, até hoje, cinco viagens pontifícias, depois de já Pio XII, a 31 de outubro de 1942, ter consagrado o mundo ao Imaculado Coração de Maria, em plena II Guerra Mundial.

Paulo VI quis vir pessoalmente a Fátima, como peregrino, a 13 de maio de 1967, tendo decidido que o avião que o transportou desde Roma aterrasse em Monte Real, ficando alojado na então Diocese de Leiria (hoje Leiria-Fátima); além da homilia na Missa do 13 de maio, no 50.º aniversário das Aparições, Paulo VI teve outras seis intervenções.

João Paulo II, que a 13 de maio de 1981 tinha sido atingido a tiro na Praça de São Pedro, num atentado contra a sua vida, veio à Cova da Iria um ano depois, agradecer publicamente a intercessão de Nossa Senhora de Fátima na sua recuperação.

Em maio de 1982, no aniversário desse primeiro atentado contra a sua vida, Karol Wojtyla (1920-2005) chegava a Fátima para “agradecer à Divina Providência neste lugar que a mãe de Deus parece ter escolhido de modo tão particular”; passou ainda por Lisboa, Vila Viçosa, Coimbra, Braga e Porto, ao longo de quatro dias (12-15 de maio), proferindo um total de 22 intervenções.

O Papa polaco voltou a Portugal nove anos depois: a 10 maio de 1991, João Paulo II celebrou Missa no Estádio do Restelo e viajaria depois para os Açores e Madeira, antes de centrar-se no Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13 maio.

Durante quatro dias, São João Paulo II proferiu 12 intervenções e enviou ainda uma carta, desde a Cova da Iria, aos bispos católicos da Europa, que preparavam uma assembleia especial do Sínodo dos Bispos, dedicada ao Velho Continente.

A 12 e 13 maio de 2000, já com a saúde debilitada, João Paulo II regressou a Portugal, para presidir à beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto; proferiu um discurso à chegada, no aeroporto internacional de Lisboa, a homilia na Missa do 13 de maio e uma saudação aos doentes reunidos na Cova da Iria.

Na mesma ocasião deu-se o anúncio da publicação da terceira parte do chamado “Segredo de Fátima”.

João Paulo II cumpriu ainda uma escala técnica no Aeroporto de Lisboa (2 de março de 1983), a caminho da América Central, durante a qual proferiu um discurso em que apresentou Portugal como “Terra de Santa Maria”.

Bento XVI visitou Portugal de 11 a 14 de maio de 2010, para assinalar o décimo aniversário da beatificação de Francisco e Jacinta Marto, com passagens por Lisboa, Fátima e Porto.

Em Lisboa, com o Tejo ao fundo, reuniu milhares de pessoas numa Missa no Terreiro do Paço; já no Porto, nova multidão acorreu à Praça dos Aliados, para a celebração eucarística que concluiu uma viagem de quatro dias, com um total de 18 intervenções.

Em 2017,a visita de Francisco está centrada na Cova da Iria, onde a 13 de maio vai canonizar os dois mais jovens pastorinhos, Francisco e Jacinta Marto.

OC

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