Estatísticas divulgadas pelo governo da Venezuela revelam um aumento de 30% nos índices de mortalidade infantil no país.
Dois anos depois do último anúncio, o Ministério da Saúde anunciou também que os índices de morte de mulheres durante o parto também cresceu assustadoramente: 65%.
Houve ainda um salto nos casos de doenças como malária e difteria.
A oposição afirma que a crise é reflexo da falta de habilidade do governo para lidar com os problemas econômicos que há vários anos assola o país, mas o presidente Nicolás Maduro atribui a situação a um complô para estimular um golpe de estado por meio do “sumiço” de remédios – que estoques seriam “escondidos” com o objetivo de gerar insatisfação.
Dona das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela foi atingida em cheio pela queda no preço do barril, o que levou a uma longa recessão e tornou proibitivo o custo de importação de equipamento hospitalar, alimentos e remédios.
A população vive constantes racionamentos – entre eles, o de vacinas.
Em uma recente pesquisa, 75% dos venezuelanos disseram que sua saúde piorou e que estão fazendo menos de duas refeições por dia. Muitos relataram ter perdido, em média, nove quilos.
Um grande número de médicos foi trabalhar no exterior e, segundo uma associação de empresas farmacêuticas, os estoques de 85% dos medicamentos estão baixos.
Muitos venezuelanos cruzam a fronteira com a Colômbia ou o Brasil para comprar remédios e buscar tratamento. Amazonas e Roraima foram dois Estados que decretaram estado de emergência para lidar com milhares de venezuelanos procurando hospitais públicos em cidades fronteiriças.
A Venezuela está há mais de um mês paralisada por violentos protestos contra o governo que ocorrem quase diariamente nas principais cidades do país.
BBC BRASIL