O Ceará já garantiu o registro de um novo recorde de transplantes de órgãos e tecidos e, agora, os transplantes de coração atingem o maior número da história em um ano, a mesma situação dos transplantes de córnea e de medula óssea. Até o dia 20 de dezembro, foram realizados no Estado, pelo Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), unidade da rede estadual de saúde, 32 transplantes cardíacos em 2016, um a mais que os 31 realizados em 2008. Desde a implantação da Central de Transplantes pela Secretaria da Saúde do Estado, em 1998, o Ceará realizou 367 transplantes cardíacos.
O coordenador da Unidade de Transplante Cardíaco do HM, João David Souza Neto, destaca que o Ceará tem conseguido manter o número de cirurgias desse tipo e ajudado a capacitar equipes multiprofissionais de outros cinco estados por meio do projeto de Tutoria de Transplante Cardíaco, que completou um ano em novembro. “Conseguimos vencer obstáculos e contamos com a dedicação e o empenho dos profissionais para manter e até superar os índices de anos anteriores”, disse o médico.
Fila zero
Com 1.207 procedimentos em 2016, o número de transplantes de córnea é de longe o maior da história em um ano e fez o Ceará zerar a fila de espera de pacientes. “Fila zero” de córnea é uma meta estabelecida pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e indica a situação em que o paciente que precisar de um transplante não necessita esperar pelo tecido porque ele já está disponível para a cirurgia. A lista de espera tem 25 pacientes aguardando transplantes de córnea. Nos últimos meses, foram realizados no Estado 136 transplantes em setembro, 161 em outubro, 140 em novembro e 25 em dezembro, até o dia 19. “Considerando os dados, o Ceará está com sua lista de córnea zerada”, confirma o Ministério da Saúde.
Desde que foram iniciados em 2008, os transplantes de medula óssea aumentam ano a ano o número de procedimentos realizados. Este ano já são 91 transplantes, 66 autólogos e 25 alogênicos. O Ceará é um dos nove estados do Brasil que fazem transplante de medula óssea. O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), da rede pública do Governo do Estado, é responsável pela captação de doadores, cadastro e análises de compatibilidade, amostras e coleta de medula no Ceará.
No total, o Ceará realizou este ano 1.758 transplantes de órgãos e tecidos, distribuídos em 233 de rim, 32 de coração, 183 de fígado, 5 de pulmão, 91 de medula óssea, sendo 66 autólogos e 25 alogênicos, 1.207 de córnea e 7 de esclera. A lista de espera por transplantes tem 701 pacientes ativos – 14 para transplantes de coração, 142 de fígado, 506 de rim, 9 de pâncreas/rim, um de pâncreas isolado, 4 de pulmão e 25 de córnea. O Ceará, anualmente, fica entre os Estados que mais realizam transplantes de órgãos no país, com recordes sucessivos. Em 2013, com 1.365 transplantes no ano, foi batido o recorde anterior de 1.297 transplantes em 2011. Em 2014 foram 1.399 transplantes e, no ano passado, 1.433.
20.12.2016
Foto: Acervo / Governo do Ceará
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