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Família de jovem preso por suborno questiona Guarda Municipal: ‘Meu filho foi pressionado’

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Por G1 CE

Universitário é preso suspeito de pagar propina a guarda; família alega pressão

Universitário é preso suspeito de pagar propina a guarda; família alega pressão

Um universitário de 23 anos foi preso em Fortaleza nesta segunda-feira (28), suspeito de ter pago suborno a um funcionário público. Antônio Anderson Leôncio Moreira aparece em um vídeo gravado por um guarda municipal, onde é questionado por supostas irregularidades com a motocicleta que pilotava.

O estudante explica que as multas que constavam no veículo e que foi o motivo da abordagem da Guarda Municipal haviam sido aplicadas durante o período em que a motocicleta havia sido roubada.

No vídeo, ele conta ao guarda que conseguiu recuperar a moto, mas após muitas idas e vindas ao Departamento Estadual de Transito (Detran) para regularizar as infrações cometidas enquanto a moto estava em poder dos ladrões – sem sucesso – achou injusto pagar por infrações não cometidas por ele.

A polêmica começa com uma pergunta do guarda municipal: “O que você pode fazer para ajudar a gente?” Alisson oferece dinheiro e, em seguida, é dado ordem de prisão ao estudante sob a acusação de tentativa de suborno. Para a família, ele foi coagido a oferecer um valor.

Confira um trecho do diálogo entre o guarda municipal e jovem:

Guarda Municipal: Vamos conversar com ele aqui direitinho. Mas diga aí mesmo quanto é o…

Suspeito: R$ 150, homem. Me ajude, por favor, ele tem R$ 80.

Guarda Municipal: R$ 150? Pra liberar?

Suspeito: é R$ 150, né?

Guarda Municipal: agora se vira aí que tu tá preso. A Guarda Municipal não trabalha desse jeito, não. A Guarda Municipal não trabalha com corrupção.

Suspeito: e vai me liberar agora?

Guarda Municipal: você vai pra delegacia, tá bom?

A família do estudante se diz revoltada com o caso. Eles afirmam que o jovem foi induzido e pressionado a oferecer propina. A prova seria a divulgação do vídeo – pelo próprio guarda municipal – nas redes sociais, o que causou a polêmica sobre a responsabilidade de cada um dos envolvidos no caso. “Acabou com a vida do meu filho”, diz a mãe.

O diretor adjunto da Guarda Municipal, Marcílio Tavares, disse que a instituição investiga o vídeo. Segundo ele, houve infração de trânsito porque a motocicleta estava sem placa e estacionada na calçada, mas ainda é preciso analisar o diálogo. Se for constatado que ele induziu o universitário ao suborno, o guarda pode sofrer processo administrativo. A análise das imagens deve levar de 30 a 60 dias.

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